terça-feira, 28 de maio de 2013

Matéria do Globo de hoje


RIO - Após o acirramento da disputa com o PMDB, no Rio, na última semana, a direção nacional do PT decidiu blindar o senador Lindbergh Farias, potencial candidato ao governo fluminense em 2014. A orientação do presidente do partido, Rui Falcão, foi para que o parlamentar saia da linha de frente do bate-boca público com os peemedebistas. Caberá a deputados da legenda a tarefa de fazer o enfrentamento.
Os deputados federais Jorge Bittar — coordenador do programa de governo de Lindbergh —, Benedita da Silva e Alessandro Molon foram os escalados pela direção nacional do PT para serem os para-raios do senador. O trio será responsável por responder eventuais declarações de integrantes do PMDB contra Lindbergh e, ao mesmo tempo, manter as críticas ao governo Cabral.
Nos bastidores, o PT trabalha para intensificar ainda mais a pré-campanha de Lindbergh. A ideia é fortalecer a imagem do senador também com críticas ao governo do PMDB. A operação ocorre mesmo que os petistas exerçam cargos de confiança nas administrações de Cabral e do prefeito Eduardo Paes.
A estratégia de não atacar Cabral e o vice-governador Luiz Fernando Pezão, provável candidato ao governo do Rio, tinha sido determinada pelo ex-presidente Lula. Até semana passada, porém, Lindbergh mantinha a ofensiva.

Plano foi reforçado na sexta-feira

O plano de retirar Lindbergh do front com o PMDB foi reforçado na última sexta-feira durante um seminário realizado no Rio pelo PT e pela Fundação Perseu Abramo. Por outro lado, caberá a Lindbergh aumentar o ritmo das visitas nos municípios do estado com as caravanas do PT. Hoje, a ida do senador às cidades ocorre quinzenalmente. No segundo semestre, a ideia é que seja semanal. Alguns integrantes da Executiva regional do PT, no entanto, defendem o contrário.
— Queremos que passe a ser mensal. Quanto mais caravanas, mais inevitáveis serão os ataques de Lindbergh a Cabral e Pezão. Haverá mais atrito — afirmou um dirigente petista.
Neste domingo, Lindbergh esteve em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, onde recebeu o título de cidadão maricaense na festa de 199 anos de emancipação da cidade. A prefeitura de lá é comandada por Washington Quaquá, do PT. O senador preferiu não comentar a articulação.
— Quero conhecer mais os problemas do estado do Rio — limitou-se a dizer Lindbergh, já dando sinais de que pretende evitar novas polêmicas.
Procurados pelo GLOBO hoje, Bittar, Benedita e Molon não retornaram as ligações.
O acirramento da disputa entre PT e PMDB no Rio foi levado por Cabral ao jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, também do PMDB, em Brasília, terça-feira passada. O governador deixou claro no encontro que não deverá apoiar a reeleição de Dilma caso o PT lance um candidato para a disputa estadual contra Pezão. Cabral citou até a sua relação com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do PSDB à Presidência contra Dilma em 2014.
— Não é bem assim de a gente não ter alternativa. Eu tenho relação com várias pessoas no mundo político. O nome do meu filho é Marco Antônio Neves Cabral — disse Cabral na semana passada, referindo-se ao filho de seu primeiro casamento, com Suzana Neves, parente de Aécio.


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