segunda-feira, 15 de setembro de 2014

E o inferno astral continua

Chegou a vez de Lindberg Farias (PT) correr o risco de ficar inelegível até 2022. O candidato ao governo do estado, seu vice, Roberto Rocco (PV), e a deputada federal e candidata à reeleição Jandira Feghali (PCdoB) estão respondendo por abuso de poder político e econômico por um evento organizado pelo PCdoB, na Via Show, em São João de Meriti, no dia 26 de junho.
O procurador regional eleitoral Paulo Roberto Bérenger pediu que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) condene os três à cassação dos registros (ou seus diplomas, caso vençam as eleições) e à inelegibilidade nos próximos oito anos.
Os partidos da coligação alegaram que o encontro seria apenas uma reunião partidária. Mas os fiscais do TRE apresentaram listas de participantes com nomes de não filiados e a presença de crianças no público, estimado pela Polícia Militar (PM) em sete mil pessoas.
O procurador entendeu que o abuso de poder político ocorreu porque o evento foi aberto ao público. Já o abuso de poder econômico teria se caracterizado, segundo Bérenger, "pelo dinheiro gasto na realização do evento, na quantidade de pessoas, até mesmo crianças, em evento que deveria ser em ambiente fechado ao público", explicou o procurador.
O evento em questão já tinha dado o que falar. Fiscais do TRE-RJ e militantes entraram em confronto, com direito a troca de agressões e até um jato de spray de pimenta.
Insatisfeito, Lindberg chegou a insinuar que o TRE agiu “com dois pesos e duas medidas” e que o "rigor" da fiscalização não se repetia com outros partidos.
A (temida pelos candidatos) juíza eleitoral Daniela Barbosa rebateu na época, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmando que o evento foi convocado pelas redes sociais. A juíza entendeu que não se tratava de uma convenção, e sim o lançamento da "Frente Popular".
Em menos de duas semanas, Lindberg é o segundo candidato ao governo do estado que a procuradoria pediu a cassação da candidatura e inegibilidade. No último dia 29, Anthony Garotinho (PR) também passou a responder por abuso de poder econômico em evento em Duque de Caxias.


Em resposta ao pedido de inegibilidade até 2022, o candidato ao governo do estado Lindberg Farias (PT) afirmou que a ação não tem fundamento jurídico e pediu que a Procuradoria Eleitoral atue com mesmo rigor diante das denúncias de irregularidades contra Anthony Garotinho (PR) e Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, o petista defendeu-se afirmando que o evento na Via Show, em São João de Meriti, foi uma "simples e regular convenção partidária, idêntica à realizadas pelos outros partidos".
Para o procurador regional eleitoral Paulo Roberto Bérenger, não foi bem assim. Ele entendeu que o evento realizado no dia 26 de junho, na Via Show, não foi apenas uma convenção partidária. Os fiscais do TRE apresentaram listas de participantes com nomes de não filiados e a presença de crianças no público, estimado pela Polícia Militar (PM) em sete mil pessoas.
A juíza eleitoral Daniela Barbosa afirmou, na época, que convites para o evento foram feitos pelas redes sociais. Para ela, o encontro tratou-se do lançamento da "Frente Popular".
Leia a nota na íntegra:
"A assessoria jurídica do candidato Lindberg Farias informa que o candidato está absolutamente convicto de que a ação promovida pela Procuradoria Regional Eleitoral, decorrente da convenção do PCdoB, realizada em 26 de junho de 2014, não possui fundamento jurídico.
Tratou-se de uma simples e regular convenção partidária, idêntica às realizadas pelos outros partidos que participam do processo eleitoral no Rio de Janeiro e no Brasil.
Um ato democrático, em um ambiente fechado, respeitando todas as formalidades legais para a sua realização. Tanto que a convenção foi homologada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Por fim, o candidato respeita a atuação do Ministério Público Eleitoral, mas espera que a Procuradoria Eleitoral dê o mesmo tratamento e atue com vigor ante às gravíssimas denúncias, já constatadas pela Justiça Eleitoral, de abuso de poder, uso da máquina pública e compra de votos praticadas pelos candidatos Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, todas comunicadas formalmente ao Ministério Público Eleitoral."


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